domingo, 9 de dezembro de 2012

Um dia, fui eu mesmo!

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Um dia nasci.
Me desenvolvi. Aprendi a ler. Primeiros conhecimentos. Brinquei, me diverti muito como toda criança. Sonhava em um dia ser adulto. Ter tudo que um adulto poderia ter. Casa, família, o direito de fazer o que quiser sem ter que obedecer ninguém.

Um dia fui adolescente.
Festas, conflitos, paixões, autoconfiança, o mundo era meu. Só faltava realizar agora o sonho de ser adulto. Carro, mulher, dinheiro, emprego. Dono do próprio nariz.

Um dia fui adulto.
E o sonho se realizou. Carro, familia, dinheiro, emprego. Até certo ponto, dono da própria vida. E neste sonho trabalhava, cuidava da casa, da família... Trabalha mais, cuidava da família... Trabalhava e cuidava... Trabalhava...

Um dia acordei!!
E percebi que neste sonho acabei me esquecendo de coisas importantes. A simplicidade da beleza da vida, como era lindo ver o céu. O vento. As paixões. Me esqueci da alegria de viver, de brincar, das festas, da autoconfiança que achava que tinha, de todos os momentos despreocupados. Dos amigos... ahh... estes, inesquecíveis...
Acordei de um sonho que me mantinha adormecido. Acordei.
Não quero mais ser criança, não quero mais ser adolescente, muito menos adulto.
Quero ser simplesmente eu.

Um dia, fui eu mesmo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Como uma onda no mar...



No útero somos apenas algumas células, se agrupando, multiplicando-se. Membros, corpo... começa ali uma magia de desenvolvimento. Um novo ser. O cérebro e talvez os primeiros pensamentos.
Uma escuridão de aconchego, não conseguimos ver o mundo externo, mas sabemos que estamos sendo amparados. Parece imaginação, não vemos, não tocamos, mas podemos sentir que somos parte dela. Da mãe.
Alguns sons podemos ouvir de fora, apesar de nenhuma prova ou conhecimento, aos sairmos seremos acolhidos por alguém.
Chega o momento de sairmos.
Nascimento, renascimento, não importa, estamos em uma nova condição. Nova?
Então começamos a nos desenvolver, nosso corpo, nosso pensamento, só que agora as dúvidas são outras. Vamos morrer ou renascer de novo? Não conseguimos ver, não tocamos, mas no fundo sabemos que continuaremos... amparados... somos parte dela.
Se somos parte, o todo não morre. Só transformamos. De energia em matéria, de matéria em energia, como uma onda que vai e vem, interminável, ao sabor das marés...
Ciclos, apenas ciclos.